Esclarecimento da Prefeitura Municipal de Itaiópolis – SC sobre o Desmatamento

 

Sem dúvida, o desmatamento é um grave problema a se pensar, especialmente porque o estado de SC foi apontado como o segundo estado que mais desmata a Mata Atlântica nos últimos anos. Temos consciência da importância da preservação da mata atlântica nativa, até porque Itaiópolis possui dentro de sua área territorial mais de 58% constituído de Matas Nativas.

Porém, quanto ao fato do município ser apontada pelos levantamentos do SOS Mata Atlântica como a segunda cidade brasileira que mais desmatou nos últimos três anos, como está sendo divulgado, e também se dizer que a motivação para o desmatamento sejam as plantações de fumo, pinus, entre outros, vale lembrar que esse levantamento foi feito entre 2005 e 2008. No entanto, vale lembrar que neste período várias empresas que têm reflorestamentos de Pinus no município efetuaram a retirada, corte, deste material, o que pode ser comprovado pelo movimento econômico verificado no período. Outro ponto importante a se ressaltar é que o sistema utilizado pela ONG que publicou os dados, somente levou em consideração a diferença observada nas análises de fotos de satélites, as quais não retratam se a vegetação era nativa ou proveniente de reflorestamentos.

Segundo dados do próprio Ibama e da Fatma, que efetuaram levantamentos in loco, no município, verificaram que os índices de desmatamento são mínimos, diferindo do que foi divulgado.  De acordo com o jornal municipal Gazeta de Itaiópolis (29 de maio de 2009, p. 6), "a Fundação do Meio Ambiente de Santa Catarina (Fatma), não concordou com o estudo apresentado pela ONG SOS Mata Atlântica e pelo Inpe (…). Para a Fatma, a diferença nos critérios do levantamento é responsável pela distorção. Os órgãos teriam ignorado terras com menos de cinco hectares e a Fatma teria avaliado terrenos a partir de 2,5 ha."

  O presidente da Fatma, Murilo Flores, explica melhor a situação: "Santa Catarina tem 89% de seu território coberto por pequenas propriedades, de até 20 hectares. E há muitas áreas abaixo de cinco hectares. É possível que esse tenha sido o grande motivo para vermos muito mais cobertura vegetal do que o outro levantamento (da SOS)".

Não há como dizer que não houve nenhum desmatamento, mas atenta-se para o fato de que a área atingida possa não ser tão extensa como a que foi divulgada, e certamente não se trata unicamente de área com Mata Atlântica.

Tanto é que a discussão permanece no plenário da Câmara dos Deputados e do Senado, e no dia 02 de junho, terça-feira, vários deputados e senadores catarinenses declararam que não concordam com os dados do SOS Mata Atlântica.

Quanto ao fato de se dizer que o desmatamento aumentou em virtude das plantações de fumo, soja, milho, pinus…, essa afirmação não se sustenta. Pois, segundo os dados contidos no Departamento de Agricultura e no LAC (Levantamento Agropecuário Catarinense) não houve aumento de área plantada e a área agricultável do município tem permanecido inalterada já há vários anos.

Segundo declaração do Prefeito Municipal – Hélio César Wendt, o que aconteceu realmente foi o corte de reflorestamentos de pinus, ocorrido no período do levantamento. O que não quer dizer que a Prefeitura não se preocupe com os dados ou que não procure evitar o desmatamento das áreas com matas nativas existentes no município, que inclusive é um dos orgulhos da nossa cidade, sendo atualmente uma das fontes de renda de nossos agricultores que trabalham com turismo ecológico, devido às condições especiais encontradas em várias propriedades do município, que têm trazido de diferentes partes do Estado e de fora deste, turistas que aqui podem vislumbrar áreas com matas plenamente preservadas, dentre outros fatores ecológicos de alto valor atrativo. Dentre os quais se podem citar as serras que margeiam o Rio Itajaí do Norte, trilhas ecológicas, cachoeiras naturais, minas de sal, dentre outros. Citamos também que o município possui hoje duas áreas de RPPN, criadas pela ONG Rã Bugio, coordenada pelo ambientalista itaiópolense Germano Woehl, que escolheu nosso município pelas características ecológicas adequadas aqui encontradas.

Lembramos que os dados publicados pelo SOS Mata Atlântica, têm prejudicado o desenvolvimento do município, mas que os dados aqui citados refletem integralmente os fatos ocorridos. Itaiópolis não é um destruidor, mais sim, um dos municípios do estado que mais se preocupa com a preservação ambiental, principalmente de suas florestas, por ser esta mais uma fonte alternativa de receitas para nossos munícipes.