CAMPANHA DE COMBATE A VIOLÊNCIA E A EXPLORAÇÃO SEXUAL INFANTO-JUVENIL FAÇA BONITO.

CAMPANHA DE COMBATE A VIOLÊNCIA E A EXPLORAÇÃO SEXUAL INFANTO-JUVENIL FAÇA BONITO.

 

Em Itaiópolis, espetáculo teatral é usado como estratégia para orientar crianças de 06 a 10 anos na prevenção a Violência Sexual.

            Sob o manto da ignorância, o abuso e a exploração sexual de crianças e adolescentes vigorou por décadas, diante do fingimento de sua inexistência como  justificativa para a omissão da sociedade como um todo. No entanto, tal postura conduz para a degradação de nossas crianças já que toda a violência sexual tende a ser cíclica caso não tratada.

            Basta olharmos a história que originou a Campanha Nacional para compreendermos melhor esse percurso:

 

Com apenas oito anos de idade, Araceli Cabrera Sanches foi seqüestrada em 18 de maio de 1973. Ela foi drogada, espancada, estuprada e morta por membros de uma tradicional família capixaba. O caso foi tomando espaço na mídia. Mesmo com o trágico aparecimento de seu corpo, desfigurado por ácido, em uma movimentada rua da cidade de Vitória (ES), poucos foram capazes de denunciar o acontecido. O silêncio da sociedade capixaba acabaria por decretar a impunidade dos criminosos.

Os acusados, Paulo Helal e Dante de Brito Michelini, eram conhecidos na cidade pelas festas que promoviam em seus apartamentos e em um lugar, na praia de Canto, chamado Jardim dos Anjos. Também era conhecida a atração que nutriam por drogar e violentar meninas durante as festas. Paulo e Dantinho, como eram mais conhecidos, lideravam um grupo de viciados que costumava percorrer os colégios da cidade em busca de novas vítimas.

 

A capital do estado era uma cidade marcada pela impunidade e pela corrupção. Ao contrário do que se esperava, a família da menina silenciou diante do crime. Sua mãe foi acusada de fornecer a droga para pessoas influentes da região, inclusive para os próprios assassinos.

 

Apesar da cobertura da mídia e do especial empenho de alguns jornalistas, o caso ficou impune. Araceli só foi sepultada três anos depois. Sua morte ainda causa indignação e revolta.

 

A campanha tem como símbolo uma flor amarela, como uma lembrança dos desenhos da primeira infância, além de associar a fragilidade de uma flor com a de uma criança. O desenho também tem como objetivo proporcionar maior proximidade e identificação junto à sociedade, bem como a proximidade e identificação com a causa.

Esse símbolo surgiu durante a mobilização do Dia Nacional de Combate ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes de 2009. Porém, o que era para ser apenas uma campanha se tornou o símbolo da causa, a partir de 2010.

Para alcançar esse objetivo, é necessário que a sociedade em geral Faça Bonito na proteção de nossas crianças e adolescentes.

Segundo a psicóloga Sandra Carla Brandt, que atua no CRAS, “não basta que possamos identificar os fatos e punir os agressores; é fundamental que as crianças e adolescentes sejam acolhidas e tratadas adequadamente para que  tenham condições de recuperar-se integralmente e de voltarem ao seu convívio social de forma sadia”.

 A Psicóloga destacou a importância da escola e das equipes de saúde que inúmeras vezes funcionam como canal para a  revelação de situações de violência sexual. Porém, além das equipes, é preciso orientar as próprias crianças e os adolescentes para o enfrentamento de tal situação.

Fornecer a eles as informações de que necessitam para prevenir a violência, assim como orientar sobre como pedir ajuda nos casos em que a violência já tenha ocorrido, tornou-se uma medida prioritária nos dias de hoje.

Retratando essa realidade para crianças na faixa de 06 a 10 anos, com uma linguagem  direta, com humor e muita informação sobre o tema, a equipe da Secretaria do Desenvolvimento Social de Itaiópolis, através do CRAS – Centro de Referência de Assistência Social, promoveu nessa semana a apresentação da peça teatral “Vim Ver Maria”. O espetáculo com duração de 45 minutos prendeu a atenção do público infantil e emocionou os adultos presentes. A peça é uma produção daAssociação Cultural Soarte, de Ourinhos – São Paulo.

           O mais importante é que cada um assuma seu papel no combate a esse tipo de violência e realmente “ Faça Bonito – Proteja nossas crianças e adolescentes.  ”. Esse slogan usado na Campanha nacional quer justamente chamar a sociedade para assumir a responsabilidade de prevenir e enfrentar o problema da violência sexual praticada contra crianças e adolescentes no Brasil.

A data de 18 de maio, Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes vem manter viva a memória nacional, reafirmando a responsabilidade da sociedade brasileira em garantir os direitos de todas as suas Aracelis.

Denuncie através do Conselho Tutelar: 3652-1149  ou Disque  100.