PODRIDÃO CINZA DA RAIZ DE SOJA (doença que aparece com seca e calor)

Devido aos fatores estiagem e altas temperaturas, ocorridas entre os meses de janeiro e fevereiro passado, vem sendo observado nas lavouras de soja da região, o aparecimento de plantas secando e morrendo antes do normal, mesmo em lavouras que apresentavam elevado potencial de rendimento de grãos.

Chegando a registrar-se em algumas lavouras um percentual de até 90% da área afetada.

O que vem ocorrendo é a podridão cinza da raiz, causada por Macrophomina phaseolina. Esta doença é favorecida por períodos de estiagem e de altas temperaturas, como as verificadas praticamente em todo a região,  durante os meses de janeiro e de fevereiro de 2014. Há várias safras esta doença vem ocorrendo no sul do Brasil, o que indica a presença de alta quantidade de inoculo no campo, embora este patógeno seja um habitante natural do solo. Seu sintoma mais visível é a antecipação do ciclo e a morte precoce de plantas distribuídas ao acaso ou agrupadas em áreas de solo mais raso, com menor quantidade de matéria orgânica ou com problemas de compactação.

Estas plantas têm folhas secas voltadas para baixo e presas à planta, e raízes apodrecidas, com a casca soltando-se com facilidade, expondo o lenho de coloração acinzentada. Nesta região, encontram-se pequenas esferas negras, que são as estruturas de resistência do fungo, chamadas de microesclerócios. Com o apodrecimento da raiz, os microesclerócios são liberados no solo, onde permanecem viáveis, aguardando as próximas raízes de plantas hospedeiras.

A podridão cinza da raiz resulta em grãos de menor tamanho e quando destinadas a sementes com problemas de vigor e germinação.
É uma doença de difícil controle, pois não há cultivares de soja com resistência. A rotação de culturas não é eficiente a curto prazo, pois as estruturas de resistência de Macrophomina permanecem viáveis por muitos anos no solo, e existem mais de 400 espécies vegetais hospedeiras.

Tratamento com fungicidas, tanto na semente quanto nas folhas, não tem efeito algum. Para minimizar seus impactos, o agricultor deve investir em formas para manter suprimento adequado de água às plantas, como irrigação, plantio direto (que aumenta a quantidade de matéria orgânica), melhoria das condições físicas do solo, reduzindo a compactação e favorecendo o desenvolvimento do sistema radicular, além de evitar excesso de plantas na competição por água.

Em termos de perdas de produtividade, a equipe técnica da Secretaria Municipal de Agricultura e Meio Ambiente, estima que esta doença já causou nesta última safra, a qual iniciamos a colheita, uma perda na ordem de 10% da produtividade inicialmente estimada, em termos financeiros algo na ordem de R$ 6.000.000,00  que deixarão de ser obtidos pelos produtores da região.

Engº Agrº  Nilton Alfredo Pistoni

Secretaria Mun. de Agr. e Meio Ambiente